Depois de quatro anos trabalhando quase no vermelho, aquele final de ano de 2001 tinha sido muito bom e eu já havia comentado com a Deise que se tudo desse certo eu iria dar entrada numa moto para comemorar o sucesso daquele ano fazendo algumas viagens.
O final do ano passou e logo na primeira semana de janeiro, fizemos o fechamento da contabilidade e percebi que o movimento na nossa pequena mercearia tinha sido muito melhor que tinha-mos planejado, fiquei tão contente que fui na concessionaria e comprei a moto a vista.
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A ideia daquela viagem.
Cinco anos antes, meu amigo Carlos Rojas Chileno Maitre do restaurante Nabuco em São Paulo, tinha me contado que iria passar ferias em sua terra natal e viajaria de Moto, uma Super Tenere. E ele foi, e eu fiquei sonhando com a viagem dele. Naquele tempo a internet gatinhava e a unica forma de acompanhar uma viagem era sonhando. Quando ele retornou das ferias, e ele sabendo que eu era louco por viagens, me contou todos os detalhes daquela aventura.
E foi assim que aquele sonho ficou em stand by na minha memoria.
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A Moto
Já fazia alguns anos que eu estava sem Moto, Tinha vendido a ultima Moto quando o Danilo nasceu. Foram anos interminaveis de muito trabalho,mas agora tinha chegado o momento certo só faltava escolher que Moto seria.
E a escolha da Moto se deu assim,
Em primeiro lugar ela tinha que caber no meu orsamento apertado,
Tinha que ser uma maquina confiavel,
Tinha que ser Trail eu gosto de caminhos alternativos e essa Moto teria que me levar por qualquer caminho.
E com esse pensamento cheguei na concessionaria Honda onde eu fui apresentado para a recem lançada Tornado XR 250 a qual de cara preencheu
todos os meus requisitos. É logico que na época havia outras alternativas mas aquela era a unica que cabia no meu bolso.
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Sei que muitos vão ficar boquiabertos. No dia que eu comprei a moto eu ainda não tinha decidido que viajaria para o Chile, só me dei conta quando me lembrei da viagem do Carlos Rojas, aquela ideia acendeu com uma força impressionante, e ainda mais quando comentei com a Deise que eu sonhava com aquela viagem do Carlos e ela como num passe de magica me falou assim..."Porque que voçê não aproveita que o movimento aqui na mercearia é fraco em janeiro e vai" Aquele incentivo foi o start que faltava.
Estava no final da primeira semana de janeiro eu tinha dez dias para comprar a Moto, emplacar, e fazer os documentos e planejar a viagem.
Liguei para concessionaria e eles me garantiram entregar a Moto emplacada e licenciada em tres dias. E entregaram como o combinado.
Então o planejamento ficou assim. Ligar a moto levantar o pé de apoio e ir. nada mais. Só sabia que pra chegar no Pacifico eu queria passar por Uruguay, Argentina, Chile, e Paraguay. Plano, pra que?
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Duas semanas de preparação.
Era o tempo que eu tinha para me preparar me adaptar com e amaciar o motor da Moto, Quando eu peguei a moto fiquei sabendo que teria que fazer a revisão obrigatoria dos 3000 km. Na verdade se eu pudesse eu ja partia la da concessionaria, mas fiquei com a pulga atraz da orelha eu não teria tempo para esperar fazer 3000 KM, então pensei assim vou andar com a Moto o maximo que puder nessas duas semanas e lá no Rio grande do sul eu faço a revisão em alguma concessionaria.
Vejam só o que um sonho é capaz de fazer, Para acumular kilometragem e sabendo que daqui de São paulo ao Rio grande do sul é mais ou menos 1500 KM, Ja no primeiro final de semana com a Moto eu falei para a Deise que iria dar umas voltas com a Moto e sai por ai sem destino, pensei comigo Vou até Aparecida do Norte rumei sentido Via Dutra e fui...Mudei de ideia passei por Aparecida e segui para Cunha " eu presisava treinar" La em Cunha Tomei agua e resolvi pegar um pedaço da Estrada Real e fui parar em Paraty. Não me dei por contente e pensei, já que estou aqui vou dar um pulo em Angra, O teste era pra valer. Sol de Rachar, chuva de Diluvio, Asfalto da Dutra, Terra da Estrada Real e já que eu estava em Angra, segui a Rio Santos até sair na Avenida Brasil, Pronto eu estava na cidade maravilhosa, já era noite fiquei num Hotel no Aterro do Framengo e na manhã seguinte partia pra São Paulo direto pela Dutra, me encantei com a subida da serra e rapidinho ja estava nas retas da Br 116. Cheguei em casa na hora do almoço e o odometro da Moto marcava exatamente 1300 KM. A preparação da Moto se deu nesses dois dias, já me sentia intimo da esperta Tornado.
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Não sabendo que era impossivel ele foi lá e fez. " Ditado"
Na Epoca nunca tinha lido relatos,nem livros, nem nada sobre viagens de Moto pela America do Sul. Por EX.
Eu não sabia da nessecidade de seguros para viagens fora do Brasil "Carta Verde" Não levei, Não pediram, Não Precisei.
Não sabia quais documentos da Moto. Que teria que estar quitada e em nome do condutor, na sorte eu comprei a Moto a vista, Lembram que eu iria financiar a Moto?
Documentos Pessoais só levei o RG e Carta de Habilitação, na Argentina e Uruguay eu sabia que o RG bastava, Porem tinha duvidas da necessidade de Passaporte para dar entrada no Chile nem carteira de Habilitação internacional "PID", Pensei comigo se presisar e não tiver volto de onde estiver. Levei Também minha carteirinha do Albergue da Juventude, usei somente em santa Catarina e no Uruguay.
Para a Moto não levei, não comprei nenhum acessorio, adesivos,ferramentas, oleo,graxa, simplesmente nada, somente o kit de ferramenta original da Moto. Me lembro que só comprei quatro extensores e duas aranhas para amarrar a mochila.
Para meu uso levei tres calças Jeans e uma de Brim, cinco camisetas, um jogo de moletom, algumas meias e cuecas, me recordo que comprei uma jaqueta de couro que paguei uma fortuna para os meus padrões da época e uma touca e só.
Para minha segurança, Um Capacete que nem me lembro a marca, e uma luva de couro vagabundinha que antes de chegar em Mendonza já estava toda furada, não levei joelheira ou cotoveleira nem protetor para coluna, levei uma luva de latex aquela para pedreiros que usei por cima da luva de couro e funcionou bem, estava inventada a luva impermeavel. Levei uma Bota de Borracha Vulcabras aquelas tambem muito usadas em obras pelos serventes de pedreiro, peguei chuvas torrenciais no Rio grande do sul porem não entrou uma gota de agua dentro da Bota. Arrumei tudo num saco de lona usado no Exercito que eu Havia comprado num brexo.
A capa de chuva é uma historia a parte, todo Motociclista sabe que qualquer chuvinha e velocidade o resultado é frio de contagiar independente da temperatura ambiente, isso quer dizer que se proteger de chuva deve ser uma das principais preocupação do Motociclista e não é que naquela correria eu esqueci de comprar a minha, por sorte o Léu Motoboy experiente tinha uma capa novinha guardada em casa, me lembro que ele falou assim, se você não tiver vergonha de usar capa de Motoboy eu te dou a minha...Puts, vergonha? Logo eu? que você esta esperando pra me dar logo essa capa?...De lá para cá eu tive varias capas inclusive algumas carissimas, porem nenhuma me protegeu como aquela...Pessoal o simples funciona e as vezes até melhor, exatamente porque é simples.
Não levei Kit de primeiros socorros a não ser Aspirinas e uma faixa para usar no pulso caso sentisse alguma dor já que eu tinha machucado o pulso um mes antes. nada mais.
Minha maior preocupação era em relação ao Dinheiro. Não me recordo quanto exatamente levei, mas já sai de São Paulo com toda Grana que eu iria usar em toda a viagem, Alem dos Reais "Não me recordo se eram Reais mesmo naquela época" levei 800 Dolares uma fortuna na época levando em consideração que o Dolar valia quase cinco Reais. Dividi e escondi varios valores na Moto, na Mochila e na roupa que eu estivesse usando no dia eu imaginei assim se acontecesse alguma coisa comigo eu tinha uma reservinha escondida na Moto ou na Mochila.
Não levei nem um tipo de Cartão de Credito, Debito ou Travel, nem uma outra forma de Credito. Nem Seguro para mim ou para a Moto.
Levei nossa antiga Maquina Fotografica yashica analogica a mais simples da época e varios rolos de Filmes Kodak e Fuji. Era um saco trocar o Filme.
Meu GPS foi um Guia Quatro Rodas com as principais Estradas do Sul do Brasil e do Mercosul. A unica Dica me foi dada cinco anos antes por meu amigo Carlos, que disse assim, me lembro como se fosse hoje, vá para o sul do Brasil e de la vá seguindo as placas que você chega no Chile. E por incrivel que possa parecer as placas estavam lá e pude me guiar por algumas delas.
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Preparação concluida dois dias antes do previsto.
Em tempo Record conclui aquilo que eu julgava ser uma preparação, que foi desde comprar a Moto até amarrar a Mochila na Moto. Tudo em menos de duas semanas e pasmem quase morri de ansiedade porque estava tudo pronto e amarrado em cima da Moto dois dias antes do previsto, aqueles dois dias duraram uma eternidade quase nem dormi eu não acreditava que eu ia começar a realizar um sonho de infançia, conhecer o Pacifico.
O grande dia Chegou, passei aqueles dois ultimos dias me despedindo dos filhos e da esposa e de madrugadinha parti daqui do Jardim Noemia, Zona leste de São Paulo em poucos minutos eu estava na Airton Sena, em seguida Marginal Tiete e Marginal Pinheiros logo Passei pela Francisco Morato e pronto aqui realmente começava a minha viagem eu estava na Regis Bittencourt e rumando para Curitiba.
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Em curitiba
A Regis naquela época estava em pessimas condições, poderia dizer que se tratava de uma grande avenida de caminhões, eu estava tenso tinha acabado de ver um acidente na serra do Dende,mas conforme os Km iam passando a estrada ia melhorando e o volume de caminhões diminuindo. Nessa tocada logo cheguei na represa do Capivari já proximo a Curitiba, achei o lugar bonito e parei para descansar e tirar fotos eu estava adiantado não queria chegar muito cedo na casa da Lurde em Curitiba onde eu ia passar aquela primeira noite da viagem.
Ponte sobre a Represa do Capivari Curitiba |
Meu primeiro descanso, primeira foto,eu estava amando aqueles momento. --------------------------------------------------------------------------------------------- |
Foto classica em Florianopolis |
A Lurde não se conteve de alegria e logo de raiva tanto tempo sem passar por ali e ja ia embora de madrugada, mas logo ela me entendeu, tanto é que fez uma kuca de banana pra mim tomar café de manhãzinha antes de partir.
Aqueles dois dias de ansiedade antes de partir de São Paulo vieram cobrar o cansaço e acabei perdendo a hora acordei quase oito da manhã, já que eu estava atrazado tomei café com calma, me despedi da lurde e do Anderson e rodas para quem te quer.
A minha intenção era descer pela BR 101 sentido joinvile e tocar para Florianopolis, por sorte no posto que eu parei para abastecer fiquei sabendo que tinha caido uma barreira na serra e a estrada estava momentaneamente interditada, liguei pro meu primo caminhoneiro em Curitiba ele me aconselhou pegar a BR 227 decer por Paranagua e ir pelo litoral até Garuva e lá voltar para a 101, Otima dica caminho perfeito só me atrazei um pouco porque perdi a balsa em Guaratuba em poucas horas eu estava passando por Itajai,Camboriu, Porto Belo e emfim Florianoplis que eu não conhecia e fiz questão de entrar na cidade só para tirar uma foto da Moto proximo da Ponte Hercilio Luz, dei umas voltas pelo centro e logo voltei para a 101 meu objetivo era me hospedar no Albergue da juventude na praia do ferrugem em Garopaba e assim eu fiz.
Eu pensava que a praia do Ferrugem ficava na orla do centro de Garopaba mas fiquei sabendo que não, então toquei pra lá fui até o Albergue da Juventude e fiquei num quarto comunitario com varias camas o curioso que só eu fiquei naquele quarto naquela noite, ainda pela tarde sai para dar umas voltas pela imensa praia do Ferrugem e pude acompanhar os surfistas pegando as ultimas ondas daquele dia.
Voltei pra pousada e tomei banho e me deitei na beliche para descansar um pouco, minutos antes eu havia conhecido uma galerinha mais nova que eu e eles me convidaram para uma balada que acontecia por ali todas as noites, o porem é que essa balada só começava depois da meia noite, então enquanto eu descansava na parte de baixo da beliche passei instintivamente a mão pelo estrado de cima e adivinhem o que eu encontrei, é isso mesmo uma trouxinha de maconha mais ou menos umas dez gramas dava uns dois cigarros a principio pensei em jogar na privada e dar descarga mas resolvi deixar onde estava, dormi e acordei já perto da meia noite e me arrumei para ir com o pessoal para a balada, desci e encontrei o pessoal no jardim do Albergue me lembro que comentei com eles do meu achado, fiquei surpreso quando eles me perguntaram se eles poderiam pegar eu acenei que sim e eles buscaram. Na hora inventei que estava muito cansado e que iria partir de madrugada e que então eu não os acompanharia até a balada ficaria para uma proxima, A verdade é a seguinte nunca curti nenhum tipo de Droga e tambem não curto estar com pessoas que usam, então cada um pro seu lado e na real eu iria partir bem cedo mesmo então fui dormir e sonhar com a minha viagem essa sim era a minha verdadeira Droga.
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Como eu Havia ido dormir cedo pensando no Forró da balada que eu não fui, acabei acordando bem de madrugadinha e descansado, já havia deixado o pessoal do Albergue avisado que iria sair cedo então ele me deixou com uma copia da chave da recepção que eu deixaria num vaso ao lado da porta ao sair e foi o que fiz, tirei a Moto pelo corredor e fui liga-la la na rua para não acordar ninguem, peguei a estradinha de terra e logo já estava abastecendo a Moto em um grande posto logo na entrada de garopaba já na 101, meu primeiro susto na viagem aconteceu nesse posto o frentista desatento e ainda sonolento deixou derramar Gasolina na Moto e pra acabar de fuder, com o susto que ele levou pensando que a moto talvez pegasse fogo quando a gasolina decesse pelo motor afora, ele me joga um balde de agua fria na Moto para apagar um imaginario incendio...fiquei puto, já pensou se me da um choque termico e trinca alguma peça eu só iria ficar sabendo quando estivesse na PQP, Ficamos só no susto pude perceber com o tempo que nada aconteceu, na verdade nem sei se essa possibilidade de choque termico existe.
Peguei a 101 novamente e empinei rumo a Porto Alegre, não passou muito tempo e a dona chuva veio me acompanhar, imagine a qualidade do asfalto da 101 naquela época, agora some-se a isso mais de cinco centimetros de agua por toda a pista, pensa que acabou? imagina o tamanho das ondas que os caminhoes faziam quando passavam, foi o trecho mais punk da viagem e mesmo assim eu não estava nem ai para parar eu queria era muito mais, e assim foi por mais de trezentos KM, se alguem me perguntar o que eu vi pela estrada posso afirmar com certeza que não melembro se quer de uma arvore, uma vaca, uma curva, não me lembro de nada, só me lembro que estava concentrado no metro seguinte era só o que eu enxergava.
Perto de Osorio o sol voltou a dar o ar da graça e eu pude curtir a free wey, um grande lago que ainda hoje não sei o nome me acompanhou ate proximo a Porto Alegre, era a primeira vez que eu passava por ali e até pensei em passar uma noite em Porto Alegre, fui ate o centro passei pelo palacio Piratini e resolvi não ficar, conhecer aquela cidade precisava de tempo e o meu foco era o Pacifico então embiquei a Moto sentido Pelotas e pau na maquina e não é que a maquina respondia numa magistral velocidade cruzeiro de 110 KM h. "Pense num trem bão".
E continuando pela 101 sentido Pelotas, já la proximo das duas da tarde vi muitos caminhões parados numa área que a principio pensei que fosse para descanso, na verdade era uma churrascaria com uma fachada simples tipo um carramanchão antigo. E como a fome já estava falando alto também resolvi parar por ali e para minha surpresa foi o melhor churrasco que já comi na vida. Me recordei da dica do meu primo Caminhoneiro, ele fala assim, Se na estrada você ver muitos caminhoes parados em algum restaurante, pode descer e almoçar que a comida é boa e barata. E relamente éra.
Depois do almoço bateu um sono, não resisti ao ver os caminhoneiros armando suas redes embaixo dos caminhoes para tirar uma soneca, pedi licença para um deles encostei a Moto proximo do caminhão e aproveitei que a grama era macia e tirei meu cochilo debaixo daquele caminhão. Dispertei assustado com o Motorista do caminhão me cutucando avisando que era hora de partir, o que era pra ser uma soneca acabou sendo um sono profundo de quase uma hora... Que delicia essa liberdade, liguei a Motoca e me fui pra Pelotas que estava a poucos km dali.
Deixei a Moto na concessionaria de Pelotas para fazer a revisão dos 3000 km e fui conhecer a cidade. |
Esse lindo predio era um Hotel em decadencia em Pelotas, foi uma noite tenebrosa o assoalho rangia a noite toda..Que medo de Fantasma. |
Pelotas - Chui RS - Com direito ao um trechinho da Estrada do Inferno.
Conforme combinado fui buscar minha Moto logo depois do almoço na concessionaria e não é que estava tudo prontinho. Os mecanicos todos legais porem pessimistas, eles não acreditavam que eu estava indo pro Pacifico com aquela Motinha "segundo eles" e com tão pouca bagagem naquela minuscula Mochila, mais incredulos ainda quando mencionei que iria passar pelos os cinco paises do cone Sul, Uruguay, Argentina, Chile, Paraguay e contando com nosso Brasil.
Na volta Passei pelo centro para me despedir do Preto Azul, recepcionista do Hotel que em poucos minutos de conversa tive a liberdade de apelida-lo assim. Naquela Epoca era dificil ver um negro no RS, tanto é que brinquei com ele que nunca tinha visto um gaucho negro ao que ele foi logo respondendo que não seria naquele dia que eu ia ver um, afinal ele era Mineiro... E foi assim que nunca mais me esqueci do Preto Azul.
Naquela tarde lá estava eu de volta no finalzinho da interminavel BR 101, para o Chui sentido a Rio Grande, na verdade eu queria chegar ao Chui pela praia pegando o finalzinho da Estrada do Inferno, sabiamente resolvi na utima hora pegar a BR 471 e ir por dentro da reserva do Taim, uma pena que na época eu compreendia pouco da magnitude daquela reserva e não pude aproveitar melhor aquela oportunidade...
Na época a BR 471 era fechada com uma porteira e para ter acesso a reserva sentido Chui tinha que deixar os dados com o um guarda que tomava conta da porteira, passei pela porteira e fui embora e já até podia sentir o cheiro do uruguay, mas não sem antes passar por um susto estava tão empolgado com as belezas dali, que me esqueci de compretar o tanque da tornado, só sei que a Moto chegou no Chui somente com o cheiro do combustivel.
Farol da Fronteira |
Que venha o Uruguay, até breve Brasil. |
Minha primeira experiencia em areia fofa...Coloquei em risco minha viagem ao Pacifico.. |
Do outro lado, ali tão proximo o Uruguay |
O tempo voltou a nubrar, mas não me impediu de conhecer varios km de prais desertas. |
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Cheguei em Rio Cuarto
Passei por Venado Tuerto já passava das seis e como o sol ainda estava alto,
e apesar de cansado resolvi tocar pra frente, fiquei sabendo que em Rio Cuarto as possibilidades de hospedagem eram melhores e assim foi mais 250km pela Ruta 8. quase dez da noite eu ja estava hospedado num pequeno quarto num hotel na entrada da cidade de Rio Cuarto.
O calor era insuportavel,Tomei o banho mais agradavel de toda a viagem,
e mesmo cansado sai para conhecer a cidade, confesso que não esperava que a cidade tivesse uma vida noturna tão ativa mesmo em dias de semana. Argentina sempre me surpriende, mesmo onde eu pensava ser o cafundó do judas, teatros , museus, cinemas, lindas plazas e mais importante de tudo. pessoas usando tudo isso...
Na volta para o hotel, passei no restaurante que o recepcionista havia me indicado e experimentei o capelete com molho vermelho e carne marinada...prato simples e de tão bom me lembro dele ainda hoje.
Quase meia noite quando me deito, tentei relaxar para dormir mas os pensamentos me vem, foi um super dia, nem parece que sai do Uruguay essa madrugada, passei por Buenos Aires revi meus lugares naquela cidade, passei pelo apuros por não ter feito cambio, as filas dos bancos em Avelaneda, as retas da Ruta 7, o alagamento da Ruta em Laguna Picasa, meu encontro enigmatico com o velho e já agora aqui numa cidade de Cordoba em vão eu tento dormir.
Ruta 7 depois de Villa Mercedes, Uma estrada Brasileira.
Apesar das poucas horas de sono estava refeito e descansado da jornada de ontem e agora enquanto tomo cafe, coloco meu guia Quatro rodas em cima da mesa e vou traçando uma Rota imaginaria, se tudo der certo hoje eu chego na tão sonhada cordilheira do Andes.
O bom de viajar com pouca tralha é que não se perde tempo é só atar a mochila na Moto e ir, e por volta das sete da manhã lá estava eu novamente pela Ruta 8 rumando para Ruta 7.
Rapido chego em Villa Mercedes por volta das dez da manhã passo por San Luis, só paro para abastecer, fui alertado pelo frentista para tomar cuidado com combustivel nesse trecho, os postos chegam a ficar a 100 km de distancia um do outro. aquela informação me deixou tenso, afinal a autonomia da Tornado estava girando em torno de 180km e por precaução todo posto que eu avistava eu parava para abastecer.
O que quebra um pouco da monotonia dessa parte da Ruta é a quantidade de caminhões, passei por varios caminhões Brasileiros e por incrivel que pareça só de avistar um caminhão Brasileiro começo a sentir saudades do Brasil. Quando conseguia ultrapassar algum caminhão Brasileiro e eles pela placa da Moto percebiam que eu era um conterranio era uma festa de buzinaços pela Ruta.
Cheguei em Rio Cuarto
Passei por Venado Tuerto já passava das seis e como o sol ainda estava alto,
e apesar de cansado resolvi tocar pra frente, fiquei sabendo que em Rio Cuarto as possibilidades de hospedagem eram melhores e assim foi mais 250km pela Ruta 8. quase dez da noite eu ja estava hospedado num pequeno quarto num hotel na entrada da cidade de Rio Cuarto.
O calor era insuportavel,Tomei o banho mais agradavel de toda a viagem,
e mesmo cansado sai para conhecer a cidade, confesso que não esperava que a cidade tivesse uma vida noturna tão ativa mesmo em dias de semana. Argentina sempre me surpriende, mesmo onde eu pensava ser o cafundó do judas, teatros , museus, cinemas, lindas plazas e mais importante de tudo. pessoas usando tudo isso...
Na volta para o hotel, passei no restaurante que o recepcionista havia me indicado e experimentei o capelete com molho vermelho e carne marinada...prato simples e de tão bom me lembro dele ainda hoje.
Quase meia noite quando me deito, tentei relaxar para dormir mas os pensamentos me vem, foi um super dia, nem parece que sai do Uruguay essa madrugada, passei por Buenos Aires revi meus lugares naquela cidade, passei pelo apuros por não ter feito cambio, as filas dos bancos em Avelaneda, as retas da Ruta 7, o alagamento da Ruta em Laguna Picasa, meu encontro enigmatico com o velho e já agora aqui numa cidade de Cordoba em vão eu tento dormir.
Ruta 7 depois de Villa Mercedes, Uma estrada Brasileira.
Apesar das poucas horas de sono estava refeito e descansado da jornada de ontem e agora enquanto tomo cafe, coloco meu guia Quatro rodas em cima da mesa e vou traçando uma Rota imaginaria, se tudo der certo hoje eu chego na tão sonhada cordilheira do Andes.
O bom de viajar com pouca tralha é que não se perde tempo é só atar a mochila na Moto e ir, e por volta das sete da manhã lá estava eu novamente pela Ruta 8 rumando para Ruta 7.
Rapido chego em Villa Mercedes por volta das dez da manhã passo por San Luis, só paro para abastecer, fui alertado pelo frentista para tomar cuidado com combustivel nesse trecho, os postos chegam a ficar a 100 km de distancia um do outro. aquela informação me deixou tenso, afinal a autonomia da Tornado estava girando em torno de 180km e por precaução todo posto que eu avistava eu parava para abastecer.
O que quebra um pouco da monotonia dessa parte da Ruta é a quantidade de caminhões, passei por varios caminhões Brasileiros e por incrivel que pareça só de avistar um caminhão Brasileiro começo a sentir saudades do Brasil. Quando conseguia ultrapassar algum caminhão Brasileiro e eles pela placa da Moto percebiam que eu era um conterranio era uma festa de buzinaços pela Ruta.
Apesar de distante comecei a me sentir nas estradas paulistas pela quantidade de caminhões Brasileiros.
Sierras Grandes
Ao me aproximar de Las Sierras Grandes a Ruta volta a ficar emocionante. Nada como as curvas de uma montanha para deixar esse Motociclista feliz, rodei quase seiscentos km de retas intermináveis e rodaria tudo de novo, somente pela sensação de recompensa ao avistar de longe as grandes serras ainda mais se os picos estiverem nevados. No inicio quando passei por aqui chamei esse lugar de pré cordilheira, mas agora pesquisando soube que se trata de um cordão da cordilheira dos Andes,chamado de Sierras Grandes.
Viagem Solo.
Sempre viajei solo, e pra falar a verdade nunca foi por opção e sim pela dificuldade de compartilhar Datas, Roteiros, Grana, e principalmente Tempo e percebi que quanto mais grana o cara tem menos tempo ele consegue para dedicar as viagens, Pelo menos é o que acontece com a maioria dos amigos que um dia planejaram viajar comigo, porem quando chega na hora H é o tempo que sempre falta. Estou comentando isso porque a unica vez que tive o prazer de pilotar lado a lado com outro Motociclista foi com um desconhecido solitário também. Vejam só como foi... Faltava menos de 200 km para chegar em Mendoza quando me dei conta pelo retrovisor que um Motociclista me seguia, os kilometros foram passando e ele lá me seguindo, a principio fiquei preocupado, pensei comigo, sera que ele espera um momento oportuno para me roubar? " Por incrivel que pareça todo Motociclista é solidario, porem quando se é de São Paulo por distante que esteja, ainda carregamos esse ranço do medo de ser roubado" ainda mais viajando só. Porem o tempo foi passando e ele se aproximando e percebi que se tratava de um Motociclista Viajando solo como eu, acenamos um para o outro e hora emparelhava-mos, Hora eu passava a frente e assim foi por quase duzentos km até que num aceno de mão nos despedimos e cada um para seu destino e assim se deu minha unica experiencia em viajar em dupla pelas Rutas. Considero esse mais um fato curioso da viagem, afinal nem sequer paramos para saber dos nossos destinos, apenas fizemos companhia um ao outro, então toda vez que imagino um Motociclista solitário não penso em mim e sim dele, até porque se ele quisesse facilmente ele voaria na minha frente comparando a Transalp dele com a minha Tornado. Quem viaja só, sabe do turbilhão de pensamentos que nos acompanha, nem sei como é possivel que caiba tantos dentro de um só capacete. Então, meu obrigado a você Motociclista desconhecido e solitário Por ter me acompanhado por esses poucos kilometros até os pés da cordilheira dos Andes.
Mendoza
Essa era a unica cidade que nessa viagem eu tinha planejado passar pelo menos um dia. A cidade é linda, passei por algumas praças, rua com arvores frondosas e o centro da cidade muito bem cuidado, os restaurantes com as mesas nas calçadas, enfim uma cidade para varios dias e como a grana e o tempo era curto resolvi tocar pra frente, não era quatro da tarde e sol ainda alto quando rumei para Uspallata, sem contar que o motivo da minha pressa era outro eu não estava me aguentando de vontade de entrar e subir pelas Rutas da cordilheira e fui...Sai da cidade pela Av. San Martin passei pelo lendario km Zero da Ruta 40, rumei novamente pela a Ruta 7 ao subir a cordilheira as paisagens são de tirar o folego e algumas são motivos de contemplação, impossivel não parar a Moto, contemplar e agradecer a natureza...O Dique de potrerillos já nas alturas mais de dois mil metros, Os tuneis cravados em pedra, a Ruta sinuosa, a paisagem arida da cordilheira no verão com os picos nevados, passo pelo complexo de Las Leñas completamente vazio com ar de abandonado e fico imaginando aqueles telefericos lotados de turistas na temporada de inverno e assim extasiado passo por Uspallata onde eu pretendia passar a noite, passava um pouco das cinco da tarde ainda ensolarada, porem o frio da subida já começava a dar o ar da graça...Resolvo que quero mais e toco pra frente, nesse trecho da Ruta em Uspallata a varios bolsões de estacionamento para caminhões de toda parte do Mercosul, pude observar que os caminhões Chilenos eram os mais bonitos... |
Las Cuevas
Apesar de passar das seis da tarde o sol me parecer que iria demorar para se por, eu estava entusiasmado com a Cordilheira, cada curva uma nova paisagem, e conforme vou subindo percebo ao olhar para traz a beleza do zig zag da Ruta. Passando da metade da subida o frio vem com tudo, já estava com todas as minhas brusas e até a capa de chuva, sofri um pouco com frio nas mãos, fiquei preocupado a noite resolveu chegar e eu não me sentia preparado para pilotar a noite e com frio, antes de sair de Uspallata fui informado de um Hostal em Las Cuevas e era lá que eu iria passar a noite.
Subi toda Cordilheira sem nem um problema a não ser o frio, encontrei o Hostal já quase de noite fica bem proximo do tunel internacional Cristo Redentor fronteira com o Chile. Fui muito bem atendido pelo Juan, Fiquei sabendo que eu era o unico hospede naquele noite e mesmo assim me atenderam como se o albergue estivesse em temporada, pedi para me prepararem uma Omelete com batatas não resisti e tomei sozinho uma garrafa do vinho produzido em Mendoza. Que delicia de Omelete até que combinou com o vinho, de lá de dentro eu podia ver a Moto estacionada lá fora naquele frio, nem a mochila eu tirei de tanto que estava cansado, O vinho me deixou alegre e me animei a tomar banho o que me caiu muito bem, dormi feito pedra.
Ao amanhecer de frente para o Hostal pronto para partir, não sem antes subir o Aconcagua.
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Aconcagua...Horcones
Certos lugares deixam marcas e o significado as vezes somos incapazes de compreender. passar a noite aqui nesse lugar truxe um significado para mim, afinal desde criança eu sonhava com a cordilheira dos Andes, passar uma noite ao lado do Aconcagua e imaginar toda aquela imensidão, voltar um pouco o tempo e imaginar os povos Incas que deixaram suas marcas e pontes por aqui. Só por isso esse lugar já é especial e para mim esse é mais um lugar mistico uma passagem secreta para o meu interior. Obrigado Natureza por esse momento.
Me despertei bem cedo e descansado e com o primeiro raio de sol me levantei, passei pela cozinha e a esposa do Juan já havia deixado um bule de chá, torradas e geleia preparada para o unico hospede daquela noite. Conversamos um pouco ao lado do fogão a lenha onde fui incentivado a conhecer uma parte do Aconcagua, O Horcones, O cemiterio que dava nome ao lugar Las Cuevas onde até hoje são enterrados os alpinistas que morrem tentando o cume do maior das Americas, a Puente del Incas.
Não resisti e deixei o Chile para mais tarde, afinal ainda não era seis da manhã e avistar o cume do Aconcagua tambem fazia parte do meu sonho.
Sai pra fora e pude perceber como a noite foi fria, o cordão extensor que prendia a mochila na Moto estava congelado, até minhas calças umidas que estavam dentro da mochila congelou. Em toda viagem aquela manhã foi a unica vez que dei partida na Moto e ela não pegou tentei outras vezes e nada, o Juan me aconselhou a não me preocupar, ele já havia visto muitos outros motociclistas na mesma situação e resolvi ouvir o conselho dele esperar um pouco e tentar de novo e foi o que fiz, empurrei a Moto por alguns metros dei partida e ela pegou... Deixei ela ligada enquanto me despedia do Juan e esposa e fui conhecer aqueles lugares, mas deixei tudo pronto para que na volta não precisase passar por ali novamente.
Certos lugares deixam marcas e o significado as vezes somos incapazes de compreender. passar a noite aqui nesse lugar truxe um significado para mim, afinal desde criança eu sonhava com a cordilheira dos Andes, passar uma noite ao lado do Aconcagua e imaginar toda aquela imensidão, voltar um pouco o tempo e imaginar os povos Incas que deixaram suas marcas e pontes por aqui. Só por isso esse lugar já é especial e para mim esse é mais um lugar mistico uma passagem secreta para o meu interior. Obrigado Natureza por esse momento.
Me despertei bem cedo e descansado e com o primeiro raio de sol me levantei, passei pela cozinha e a esposa do Juan já havia deixado um bule de chá, torradas e geleia preparada para o unico hospede daquela noite. Conversamos um pouco ao lado do fogão a lenha onde fui incentivado a conhecer uma parte do Aconcagua, O Horcones, O cemiterio que dava nome ao lugar Las Cuevas onde até hoje são enterrados os alpinistas que morrem tentando o cume do maior das Americas, a Puente del Incas.
Não resisti e deixei o Chile para mais tarde, afinal ainda não era seis da manhã e avistar o cume do Aconcagua tambem fazia parte do meu sonho.
Sai pra fora e pude perceber como a noite foi fria, o cordão extensor que prendia a mochila na Moto estava congelado, até minhas calças umidas que estavam dentro da mochila congelou. Em toda viagem aquela manhã foi a unica vez que dei partida na Moto e ela não pegou tentei outras vezes e nada, o Juan me aconselhou a não me preocupar, ele já havia visto muitos outros motociclistas na mesma situação e resolvi ouvir o conselho dele esperar um pouco e tentar de novo e foi o que fiz, empurrei a Moto por alguns metros dei partida e ela pegou... Deixei ela ligada enquanto me despedia do Juan e esposa e fui conhecer aqueles lugares, mas deixei tudo pronto para que na volta não precisase passar por ali novamente.
Entrada do parque Aconcagua, por ser verão pude seguir de Moto até o final da trilhas de Los Horcones.
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A Moto
A Tornado nessa viagem foi perfeita, não exigiu nenhum tipo de manutenção nesses 10.000 km de viagem a não ser as trocas de óleo e calibragem dos pneus, não troquei filtros, não engraxei correntes, nenhum pneu furado, nem uma pane eletrica ...Nem mesmo na altitude ela me preocupou, apesar das falhas de motor durante a subida, problema este que eu esperava que fosse maior, porem foi tranquilo os unicos sustos foi com falta de combustivel no Uruguay e na unica vez que dei partida e ela não pegou, porque congelou durante a noite na cordilheira, mas em poucos minutos tudo estava normal...
As desvantagens, uma delas é a falta de bolha, o vento pega o peito de frente, fiz muita força nos braços e cabeça para poder me manter numa velocidade cruzeiro de 120 km h. Show de bola essa Tornado ele me levou e me trouxe de volta, foi perfeita, nem pneus ela gastou, e para minha maior alegria, fiquei com ela alguns meses depois da viagem e quando a vendi ainda obtive lucro, afinal eu vendi pelo preço maior que havia comprado ou seja ela se pagou sozinha, não troquei nenhuma peça nem pneu, não coloquei nenhum acessório...felicidade total, uma pena que tive que vende-la.
A Tornado nessa viagem foi perfeita, não exigiu nenhum tipo de manutenção nesses 10.000 km de viagem a não ser as trocas de óleo e calibragem dos pneus, não troquei filtros, não engraxei correntes, nenhum pneu furado, nem uma pane eletrica ...Nem mesmo na altitude ela me preocupou, apesar das falhas de motor durante a subida, problema este que eu esperava que fosse maior, porem foi tranquilo os unicos sustos foi com falta de combustivel no Uruguay e na unica vez que dei partida e ela não pegou, porque congelou durante a noite na cordilheira, mas em poucos minutos tudo estava normal...
As desvantagens, uma delas é a falta de bolha, o vento pega o peito de frente, fiz muita força nos braços e cabeça para poder me manter numa velocidade cruzeiro de 120 km h. Show de bola essa Tornado ele me levou e me trouxe de volta, foi perfeita, nem pneus ela gastou, e para minha maior alegria, fiquei com ela alguns meses depois da viagem e quando a vendi ainda obtive lucro, afinal eu vendi pelo preço maior que havia comprado ou seja ela se pagou sozinha, não troquei nenhuma peça nem pneu, não coloquei nenhum acessório...felicidade total, uma pena que tive que vende-la.
Cuesta Juncal Os Caracoles
Como já relatei antes, quando viajei pela primeira vez ao Chile, não fiz pesquisa nenhuma das Rutas e caminhos que eu faria...Fui seguindo as placas como me sugeriu o meu amigo Carlos Rojas anos antes.
Quando eu sai da aduana Chilena e logo segui pela Ruta 60, as curvas da cordilheira me deichou estasiado eu "adoro curvas". Quando me dou conta estou de frente para os Caracoles... Parei a Moto na hora, fiquei imaginando comigo. A paisagem daquela Ruta me veio de brinde, não sabia, nunca tinha visto falar e nem tinha visto por foto os Caracoles. E para quem gosta de curvas como eu, só por estar aqui e poder fazer aquelas curvas já valeu toda a viagem...
Como já relatei antes, quando viajei pela primeira vez ao Chile, não fiz pesquisa nenhuma das Rutas e caminhos que eu faria...Fui seguindo as placas como me sugeriu o meu amigo Carlos Rojas anos antes.
Quando eu sai da aduana Chilena e logo segui pela Ruta 60, as curvas da cordilheira me deichou estasiado eu "adoro curvas". Quando me dou conta estou de frente para os Caracoles... Parei a Moto na hora, fiquei imaginando comigo. A paisagem daquela Ruta me veio de brinde, não sabia, nunca tinha visto falar e nem tinha visto por foto os Caracoles. E para quem gosta de curvas como eu, só por estar aqui e poder fazer aquelas curvas já valeu toda a viagem...
Sempre amei as estradas sinuosas inclusive a minha preferida é a Rio Santos no sentido Rio Ubatuba. Porem essas curvas dos Caracoles, confesso me tirou o folego...
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Ruta 5 - Panamericana - A estrada mais longa do mundo
Assim que entrei no Chile a minha vontade era ir logo para o litoral conhecer o Pacifico, Porem ao pegar a Panamericana que me levaria a Valparaiso errei o acesso a pista e peguei sentido Santiago. Resolvi então que passaria primeiro pela capital Chilena depois voltaria para Vina del Mar e Valparaiso.
Naquela época a Panamericana me fez lembrar das estradas da California, que eu conhecia muito bem através do seriado Chip´s "Califórnia Higway Patrol ou seja Chip´s" me senti como Poncherello ou Jon Baker.
Apesar do curto, aquele caminho até Santiago me sentia realizado de estar rodando novamente pela a mais longa estrada do mundo. e para um Motociclista besta como eu, aquilo significava muita coisa.
Assim que entrei no Chile a minha vontade era ir logo para o litoral conhecer o Pacifico, Porem ao pegar a Panamericana que me levaria a Valparaiso errei o acesso a pista e peguei sentido Santiago. Resolvi então que passaria primeiro pela capital Chilena depois voltaria para Vina del Mar e Valparaiso.
Naquela época a Panamericana me fez lembrar das estradas da California, que eu conhecia muito bem através do seriado Chip´s "Califórnia Higway Patrol ou seja Chip´s" me senti como Poncherello ou Jon Baker.
Apesar do curto, aquele caminho até Santiago me sentia realizado de estar rodando novamente pela a mais longa estrada do mundo. e para um Motociclista besta como eu, aquilo significava muita coisa.
Santiago
Fui a Santiago somente para poder dizer que passei por lá, me arrependo de não ter ficado pelo menos uma noite por là. Na verdade
fiquei intimidado pelo tamanho da cidade, alem do mais eu estava com pouca grana e os hoteis naquela época em santiago eram carissimos.
Me lembro que passei pela universidade Catolica e ainda hoje me lembro da tonalidade terracota daquela imensa fachada, me recordo de um canal proximo ao centro com uma agua limpida, pensei comigo que fosse um canal de degelo da Cordilheira ali do lado, sem querer me lembrei do Tiete " será que um dia verei o tiete limpo assim?" Tirei algumas fotos basicas no palacio de Las Monedas, um policial super simpatico, disse que se eu quisesse poderia colocar a Moto na calçada para tirar fotos do palacio, conversamos por alguns minutos, me informei com ele a maneira mais facil de voltar para Ruta sentido Vina del Mar, essas são as lembranças de Santiago.
115 km Santiago Valparaiso
Sai de Santiago já passava das onze da manhã. Por ser domingo o movimento da autopista que da acesso a Ruta nacional 68 me fez lembrar da nossa Imigrantes ou Anchieta com as familias decendo para o litoral. Rodei por 75 km pela grandiosa Autopista, logo que passei por Casablanca entrei pelo Parque Reserva do Lago Panuelas Parei minha Moto ao lado do lago contemprei a paisagem por alguns minutos e voltei para a RUTA 68...O motivo de eu estar ali estava a poucos km a frente o tão sonhado Pacifico.
Fui a Santiago somente para poder dizer que passei por lá, me arrependo de não ter ficado pelo menos uma noite por là. Na verdade
fiquei intimidado pelo tamanho da cidade, alem do mais eu estava com pouca grana e os hoteis naquela época em santiago eram carissimos.
Me lembro que passei pela universidade Catolica e ainda hoje me lembro da tonalidade terracota daquela imensa fachada, me recordo de um canal proximo ao centro com uma agua limpida, pensei comigo que fosse um canal de degelo da Cordilheira ali do lado, sem querer me lembrei do Tiete " será que um dia verei o tiete limpo assim?" Tirei algumas fotos basicas no palacio de Las Monedas, um policial super simpatico, disse que se eu quisesse poderia colocar a Moto na calçada para tirar fotos do palacio, conversamos por alguns minutos, me informei com ele a maneira mais facil de voltar para Ruta sentido Vina del Mar, essas são as lembranças de Santiago.
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Palacio de la Moneda |
115 km Santiago Valparaiso
Sai de Santiago já passava das onze da manhã. Por ser domingo o movimento da autopista que da acesso a Ruta nacional 68 me fez lembrar da nossa Imigrantes ou Anchieta com as familias decendo para o litoral. Rodei por 75 km pela grandiosa Autopista, logo que passei por Casablanca entrei pelo Parque Reserva do Lago Panuelas Parei minha Moto ao lado do lago contemprei a paisagem por alguns minutos e voltei para a RUTA 68...O motivo de eu estar ali estava a poucos km a frente o tão sonhado Pacifico.
O Pacifico
Não poderia ter sido melhor a minha primeira imagem do Pacifico, ainda na Ruta em cima da minha Moto derrepente após uma curva, Lá estava a imensidão daquele mar e no inicio daquela tarde como num filme, um veleiro solitario entre o Sol e o mar...A sensação indescritivel de felicidade e de dever cumprido tomava conta de mim...Um veleiro solitario, um Motociclista solo. Essa viagem me reservou momentos magicos.
Não poderia ter sido melhor a minha primeira imagem do Pacifico, ainda na Ruta em cima da minha Moto derrepente após uma curva, Lá estava a imensidão daquele mar e no inicio daquela tarde como num filme, um veleiro solitario entre o Sol e o mar...A sensação indescritivel de felicidade e de dever cumprido tomava conta de mim...Um veleiro solitario, um Motociclista solo. Essa viagem me reservou momentos magicos.
Um gole de Pisco em Valparaiso Continuei pela Ruta margeando o Pacifico sentido Valparaiso, e dentro do capacete eu não podia me conter de felicidade,para mim aquela realização era uma façanha e pensar que a dez dias atraz nem se quer a Moto eu ainda tinha, foi tudo decidido no momento, sem planejamento e agora eu ali com meu sonho realizado pilotando ao lado do pacifico, um domingo frio porem ensolarado....chegando em Valparaiso, do alto pude avistar toda aquela cidade portuaria,ainda me lembro muito bem que do alto, o que me chamou atenção, ancorados no porto, aquela sequencia de navios cargueiros, todos da mesma cor, vermelho. aquele patio de conteiners me fez lembrar do porto de Santos e mesmo sendo domingo o movimento de caminhões beirando o cais é igual ao de Santos. apesar da minha pressa para chegar em Vina Del mar, passei com calma pelas ruas de Valparaiso, do centro da cidade que fica na parte baixa olhando para cima se avista a maioria dos bairros que ficam nas serras que circundam a cidade. Ao sair da cidade sentido Vina del mar errei o caminho e subi sentido ao bairro, sem querer entrei numas ruelas, levei um susto ao parar para perguntar. Alguns jovens quase bebados rodearam minha Moto, foi só susto, afinal eles ficaram felizes com aquele Brasileiro com uma Moto do Brasil bem ali no bairro deles, por alguns minutos eu e a Moto fomos a sensação daquela tarde. já que eu estava ali resolvi entrar na onda e pedi para tomar um gole da bebida deles e na garrafa mesmo esperimentei pela primeira vez o Pisco Chileno. Gracias e Adios Muchachos!!! Roger Waters / Pink Floid-Wish You Were Here Vina del mar esta a quinze km de Valparaiso e no meus planos era lá que passaria a noite...Fui rodando bem devagar beirando o Pacifico as curvas ali daquele litoral me faziam lembrar da Rio santos BR 101 entre Angra , paraty, ubatuba, não que parecesse, porem não sei porque, éra dali que eu me lembrava..... Vina del mar uma cidade linda e toda florida, plaças e jardins um mais bem cuidado que o outro, sem palavras para descrever o charme daquela cidade, sem contar a tradição das charretes e carruagens pelas ruas da cidade. Porem não contava com um imprevisto, cheguei na cidade em um domingo de verão, imaginem, Santos, Guarujá, Floripa, Rio em alta temporarada, pois é assim estava vina del mar aquele dia. E para piorar Roger Waters vocalista do Pink Floid faria um show na cidade naquela noite ...apesar da segurança e da multidão consegui chegar bem proximo do Sheraton Miramar onde meu maior idolo estava hospedado, valeu a pena afinal foi emocionante imaginar estar tão proximo de Roger Waters e poder tambem cantar com a multidão a minha musica preferida entre todas as outras "Wish You Were Here" Sonho Realizado Não consegui me hospedar na cidade, e pra falar a verdade achei até melhor que fosse assim, apesar de ser tarde, aquele dia tinha sido um dos mais bem aproveitados de toda a viagem, afinal pela manha eu havia saido da cordilheira fui a santiago, conheci o Pacifico objetivo da viagem, conheci pessoas e tomei Pisco nas ruas de Valparaiso, rumei para a charmosa vina del mar e apesar de ter encontrado uma cidade lotadada, pude ouvir e cantar Pink Floid pelas ruas da agitada Vina del mar. Ouvir "Wish You Were Here" nas ruas mexeu comigo e naquele momento decidi que éra meu momento de voltar pra casa e eu faria isso naquela mesma tarde, fui até a praia me despedir do Paciico e sem se quer descer da Moto acenei para o mar e assim foi que me despedi do litoral Chileno...O sonho de conhecer o pacifico estava realizado.Inicio da volta
Sai de vina del mar ja passava das cinco da tarde, disse para mim mesmo que iria rodar até alguma cidade onde houvesse algum hotel vago para me hospedar, e foi rodando assim que cheguei na cidade de Los Andes, me Hospedei no primeiro Hotel que encontrei bem proximo da ruta 60, aquela que me levaria de volta a Argentina.
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Aí Saulo!!!
ResponderExcluirCurti demais o post cara, parabéns. Eu não tenho braço pra fazer uma viagem dessas solo.
Grande amigo Pierozan, Por falta de tempo faz tempo que eu não passo por aqui, o Blog esta bem desatualizado. Quando tiver tempo a primeira atulização sera daquela nossa Trip pelo 244 km da Praia do Cassino. Obrigado pela visita.
ResponderExcluirUma historia muito legal, tbm estou prestes a sair por ai, quero viajar pelo pais. Sem data para voltar. Parabéns cara.
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